Almakina Video-instalações

← Toda a Programação
  • Luísa Sequeira
15—18 OUT
Passos Manuel

Qual será o futuro do cinema — e da própria humanidade? 

Num cenário apocalíptico, talvez tudo o que reste sejam fragmentos de vida… e de filmes.

ALMAKINA nasce dessas ruínas: ativa algumas imagens resgatadas de Cruz Fixa (2019), uma obra composta por doze caixas de luz que, com o tempo, se deterioraram devido à fragilidade do seu material. Contudo, os frames resistiram — sobreviventes visuais — e são agora transpostos para um novo suporte.

As antigas caixas de luz deram lugar a televisores obsoletos, que irradiam uma luz intermitente. As imagens reaparecem como espectros — canais que nos interpelam num mundo saturado por imagens em movimento.

Inspirada pela reflexão de Vilém Flusser, a instalação evoca a inversão da função da imagem: o que antes funcionava como mapa do mundo transforma-se agora em véu, deixamos de usar as imagens para compreender o real e passamos a viver em função delas.

ALMAKINA é um trabalho work in progress,  integrado no processo de investigação artística da artista. A cada exibição, novos elementos são incorporados, transformando a obra numa criação em metamorfose contínua — que cresce, se renova e suscita novas questões, seja através da imagem ou do som.

 

Horário de abertura Passos Manuel

15–16:OUT, 22:00–02:00

17–18:OUT, 23:00–05:00

 

Luísa Sequeira

Luísa Sequeira é cineasta, artista visual e curadora de cinema. Com um doutoramento em Arte dos Media, transita por diferentes plataformas, explorando as fronteiras entre o digital e o analógico, ao combinar colagem, arquivo e cinema expandido na sua prática artística e de investigação

O seu trabalho mais recente centra-se na reconstrução de narrativas feministas na arte e no cinema, traçando uma constelação de imagens que desafiam o poder falocêntrico. Entre os seus filmes, destacam-se: “Quem é Bárbara Virgínia?”, “Os Cravos e a Rocha”, #As Pioneiras do Cinema em Língua Portuguesa”, “All Women Are Maria”, “O Que Podem as Palavras”(co realizado com Luísa Marinho), “Becomingness “, “Limite”, “Născută” e “Memória, Substantivo Feminino”. Na televisão portuguesa, coordenou e apresentou vários projetos, entre os quais se destaca o Fotograma, um programa da sua autoria dedicado ao cinema em língua portuguesa. Colaborou ainda com os programas Onda Curta e Cinemax, ambos da RTP2. No Brasil e em parceria com o artista Sama, criou a série de animação experimental Motel Sama, produzida e exibida no Canal Brasil. Luísa já apresentou o seu trabalho em diversos contextos, incluindo a Bienal de Kaunas, a Cinemateca do MAM do Rio de Janeiro, Cinemateca de São Paulo, a Masc Foundation em Viena, a Mostra de São Paulo, o IFF Roterdão, o DocLisboa, o Cinema Museum em Londres, o New Bedford Whaling Museum, a Universidade de Oxford, o Museu da Imagem e do Som do Ceará, a Bienal de Arte de Cerveira e o Centro Audiovisual Simone de Beauvoir.

Tem colaborado com o TEP, explorando o cinema expandido e a videoarte. Além de ter escrito e encenado a peça “Rosas de Maio”, trabalhou com cinema expandido para o espetáculo "Estro/Watts" de Gonçalo Amorim e Paulo Furtado e para a peça "Antígona". Foi selecionada para a residência de criação cinematográfica na Meta Cultural Foundation, na Roménia. Realizou diversas exposições, incluindo “Cine Constelação”, na Masc Foundation em Viena,  “A Luz da Estrela Morta”,  na Galeria Nuno Centeno Recentemente integrou a Bienal de Cerveira e a exposição coletiva  Vermelho Vivo no Museu do Som e da imagem do Ceará, inserido na 3ª edição do Fotofestival Solar.

Juntamente com o artista Sama, é cofundadora da Oficina Imperfeita, um espaço dedicado ao desenvolvimento de práticas artísticas com um viés anti-hegemónico. É fundadora e organizadora do Shortcutz Porto e do Super 9 Mobile Film Fest. Atualmente, além de estar a desenvolver novos projetos de cinema, teatro e exposições, está a programar com Carlos Natálio e Joana Gusmão o ciclo Seleção Nacional para o Batalha Centro de Cinema.