Qual será o futuro do cinema — e da própria humanidade?
Num cenário apocalíptico, talvez tudo o que reste sejam fragmentos de vida… e de filmes.
ALMAKINA nasce dessas ruínas: ativa algumas imagens resgatadas de Cruz Fixa (2019), uma obra composta por doze caixas de luz que, com o tempo, se deterioraram devido à fragilidade do seu material. Contudo, os frames resistiram — sobreviventes visuais — e são agora transpostos para um novo suporte.
As antigas caixas de luz deram lugar a televisores obsoletos, que irradiam uma luz intermitente. As imagens reaparecem como espectros — canais que nos interpelam num mundo saturado por imagens em movimento.
Inspirada pela reflexão de Vilém Flusser, a instalação evoca a inversão da função da imagem: o que antes funcionava como mapa do mundo transforma-se agora em véu, deixamos de usar as imagens para compreender o real e passamos a viver em função delas.
ALMAKINA é um trabalho work in progress, integrado no processo de investigação artística da artista. A cada exibição, novos elementos são incorporados, transformando a obra numa criação em metamorfose contínua — que cresce, se renova e suscita novas questões, seja através da imagem ou do som.
Horário de abertura Passos Manuel
15–16:OUT, 22:00–02:00
17–18:OUT, 23:00–05:00