Miscelânea Performances

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Nos seus concertos, Angélica experimenta novas técnicas de preparação e amplificação da harpa, em busca de novos timbres e sonoridades. Desta forma, explora espaços auditivos imaginários e oníricos, onde a ordem e o caos coexistem. A harpista convida o público a mergulhar nas suas referências emocionais e espirituais, servindo-se delas como o guião de um sonho. Partindo do fenómeno da respiração (inspirar e expirar) e da dinâmica das marés, Salvi investiga o universo da repetição numa invocação cósmica e estruturada do transe, através de um movimento magnético e sincopado. Nesta viagem interior, onírica e intimista, o público é guiado por caminhos sinuosos e tropicais, por sonoridades ambíguas e multifacetadas.

© João Quirino

Angélica Salvi

Angélica Salvi é harpista, compositora e artista sonora espanhola, a viver no Porto desde 2011. Ao longo da sua carreira artística, colaborou com compositores como Takayuki Ray, Joseph Waters, Heiner Goebbels, Stephen Andrew Taylor, bem como com músicos improvisadores como Butch Morris, Evan Parker, Joëlle Léandre e Han Bennink.

Após concluir os estudos no Real Conservatório de Madrid, prosseguiu a sua formação na University of Arizona (EUA) e no Conservatório Real de Haia (Países Baixos), onde completou dois mestrados com especialização em improvisação, música contemporânea e electroacústica.

Como solista, colaborou com várias orquestras sinfónicas e ensembles internacionais. O seu primeiro álbum a solo, Phantone, foi apresentado em festivais como Boom Festival, Waking Life, La Terraza Magnética, Cistermúsica, Super Bock em Stock, FMM Sines, Tremor e Jazz em Agosto.

Nos últimos dez anos, tem-se dedicado à exploração da electrónica ao vivo e participado em diversos projetos no campo da música experimental, artes visuais, dança e teatro, organizados por estruturas como Sonoscopia, Balleteatro, Oficina Arara, Crónica Electrónica, Teatro de Ferro e Vertixe Sonora Ensemble. 

Membro fundadora do coletivo FMFX (Female Effects Collective), Salvi desenvolveu projetos multidisciplinares como Harpoemacto, Nooito, Transcendência and Delirium e Invisible Landscapes. Atualmente, é professora de harpa no Conservatório de Música do Porto.

“Salvi (…) cria uma base para uma atmosfera belíssima e intensifica-a com referenciais dissonantes, repetitivos e fragmentados numa linguagem própria. A solo revelou-se impressionista ou até, por instantes, como uma guitarra rock distorcida. Durante a performance, houve uma aproximação a um certo orientalismo ou ao universo de Takemitsu. A peça oscilou entre notas dispersas e glissandi pesados, culminando numa única nota suave e repetida até ao fim.”

(crítica ao concerto Joëlle Léandre X 5, na Fundação de Serralves – jazz.pt)