PREMIADOS 2021

Júri: Ana Estevéz Lavandeira, Tânia Dinis, Tiago Bartolomeu Costa

Prémio Melhor Longa-Metragem

NEITI AIKA / LADY TIME 
de Elina Talvensaari

 

Declaração do Júri:

«Surpreendeu-nos o modo como, através da reconstrução da cultura e da memória material, o filme especula ficções e emoções para criar uma narrativa sobre o que nos faz anónimos e esquecíveis. A protagonista, que teve um nome e história mas poderia continuar a existir sem ser lembrada, é resgatada de um esquecimento coletivo, sendo-lhe devolvida uma biografia através de uma investigação minuciosa, quase de análise romanesca que, pela força do cinema, ganha contornos maiores, nomeadamente, por poder carregar nesse desaparecimento, do qual o cinema a salva, a nossa própria memória e existência.»

MENÇÃO HONROSA LONGA-METRAGEM

DE LOS NOMBRES DE LAS CABRAS / ON THE NAMES OF THE GOATS 
de Miguel G. Morales e Silvia Navarro

 

Declaração do Júri:

«Pelo trabalho de montagem e desenho de som, a partir do rico material etnográfico do antropológico Luis Diego Cuscoy e de como, à maneira de uma investigação arqueológica, o cinema lança um olhar critico sobre os processos de elaboração dos relatos históricos.»

Prémio Melhor Curta-Metragem

MY DAD'S VIDEO DIARY 
DEBORA BOTTINO

 

Declaração do Júri:

«O filme trabalha a ideia de desaparecimento da memória, e do reconhecimento do afeto, através do uso de imagens também elas em risco de desaparecimento, por força do obsoletismo da tecnologia. Na importância de se guardar a memória, a física e a emocional, o filme confronta-nos com a ética da representação - para quem, sobre o quê e como – sem nunca perder o foco nas relações de intimidade que a mediação visual, e a relação filial estabelecem.»

MENÇÃO HONROSA CURTA-METRAGEM

LUI E IO 
GIULIA COSENTINO

 

Declaração do Júri:

«O dinamismo impresso pela montagem, na gestão que faz do material de arquivo, sublinha a importância de revermos o nosso lugar de pertença à luz da herança coletiva. Dialogando com o texto de Natalia Ginzburg e, segundo nós, apoiando-se nas reflexão da Laura Mulvey, Prazer Visual e Cinema Narrativo, reescreve a definição do ideário familiar enquanto instituição para o reforço da identidade nacionalista no século XX italiano.»