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SUMÁRIO

 

SUMÁRIO

4º FAMILY FILM PROJECT

Ouvem-se bombas ao fundo durante uma chamada via Skype entre a avó (na Letónia) e a neta (na zona de guerra da Ucrânia). Em Madrid, uma mulher procura o pai que nunca conheceu investigando arquivos históricos sobre uma tentativa de golpe de estado. Uma mãe lituana leva os seus 12 filhos adotivos a conhecerem as suas mães biológicas. Um jovem presidiário britânico deixa-se retratar pela objetiva do seu irmão, que tenta conhecê-lo através do médium do filme. Uma filha retornada à sua terra-natal na Coreia do Sul documenta a sua mãe. Denise, uma rapariga de 20 anos, visita quase diariamente o parque de diversões vienense “Prater” para dar umas voltas no carrossel eletrónico “Tagada” porque isso a ajuda a ultrapassar o seu passado difícil. Uma mãe solitária polaca lida com uma relação distante. Uma jovem transsexual do Cazaquistão partilha com a objetiva omnipresente o seu mundo mais íntimo. Um imigrante da Africa Ocidental filma Berlim e reflete sobre a relação entre ele, a sua condição ilegal na Alemanha e a sua câmara de filmar…

Estas são apenas algumas das histórias que marcam a edição de 2015 do Family Film Project. Nesta quarta edição, o festival de cinema instala-se no Teatro Carlos Alberto, centro nevrálgico de uma programação que se prolonga por outros lugares culturais da cidade, o Espaço Mira e o Coliseu.

A programação deste ano reúne 45 filmes de 27 nacionalidades diferentes, selecionados a partir de mais de 1800 candidaturas. Do documentário à ficção, do experimental à instalação de vídeo, da curta à longa-metragem, os filmes acolhidos nesta quarta edição formam um panorama eclético dos acessos possíveis ao espaço familiar através do olhar cinematográfico.

Tal como no ano anterior, a programação competitiva será dividida em três zonas temáticas: Vidas e Lugares (com enfoque no registo voyeurístico, biográfico ou documental de habitats e quotidianos), Ligações (centrada nas dinâmicas interpessoais e comunitárias) e Memória e Arquivo (dedicada a olhares criativos a partir de testemunhos e de found footage). Haverá também sessões não competitivas reservadas aos géneros da ficção e animação.

O festival conta ainda com uma secção de filmes convidados que, este ano, será dedicada à realizadora italiana Alina Marazzi. No dia 12, pelas 19h30, a realizadora estará presente para apresentar os seus filmes Un'ora sola ti vorrei e Tutto parla di te.

Para além da programação de filmes, destaque para a inauguração, no dia 8 (Espaço Mira) e no dia 9 (Teatro Carlos Alberto), de duas exposições de Luciana Fina no âmbito da programação do festival: Terceiro Andar e Vue Portraits.

Em parceria com o Grupo de investigação Estética, Política e Conhecimento do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto, será ainda realizada a conferência | Muros (dia 09, 16h), na qual se pretende pensar criticamente a noção de “muros” – visíveis e invisíveis, virtuais e materiais – a partir da contribuição da filosofia, da política e das artes, de modo a questionar as deslocações do familiar, da zona entre privado e público, do íntimo, do periférico, do efémero e do intempestivo na contemporaneidade. A conferência contará com as presenças de Daniel Blaufuks (fotógrafo), João Mendes Ribeiro (arquiteto e cenógrafo) e Jorge Ricardo Pinto (geógrafo), com moderação da coreógrafa Né Barros.

No mesmo dia, decorrerá o lançamento do livro Deslocações da Intimidade que nasceu da conferência homónima da edição de 2014.