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PRIVATE COLLECTION: CICLO DE PERFORMANCES

PRIVATE COLLECTION: CICLO DE PERFORMANCES

FLORA DÉTRAZ | JORGE GONÇALVES | ANTÓNIO OLAIO

ENTRADA GRATUITA / LOTAÇÃO LIMITADA
 
Neste ciclo de performances associado ao festival, os artistas são desafiados a explorar performativamente a partir de materiais de arquivo, pessoais ou não, ou de problematizações da memória. O objetivo principal é apresentar propostas performativas nas suas valências expandidas (interdisciplinares, deslocações espaciais, deslocações temáticas). Ao mesmo tempo em que se problematizam intimidades e familiaridades, projetam-se possibilidades criativas que atravessam disciplinas e fronteiras, reforçando, dentro do evento-festival, a linha fina entre o real e o performativo.

12 OUT | 18H00 | MAUS HÁBITOS

TUTUGURI

FLORA DÉTRAZ

Tutuguri é uma peça solo. As cordas vocais e o corpo dançam juntos, proporcionando uma dança «escutada». Numa peça polifónica solo, Tutuguri explora a assincronicidade entre movimentos e sons, num conflito perpétuo de opostos. O corpo da dançarina é habitado por murmúrios, grunhidos de animais, sons de crianças, sons alienígenas, conversações, espasmos, cantos guturais, transportando-nos para uma paisagem espetral de vozes. Tuturi procura a conexão, propor um fluxo de sons e efeitos, e promover pontes para o nada.

Criação e Interpretação: Flora Détraz
Aconselhamento e Preparação Física: Anaïs Dumaine
Agradecimentos: Carlota Lagido, Konrad Kaniuk, Paula Caspao
Produção: PLI
Coproduções: Materiais Diversos (PT), PACT-Zollverein (DE), MA scène nationale, Montbéliard (FR), Relais culturel de Falaise (FR), CCN de Caen en Normandie (FR)
Studios: Ramdam, un centre d’art (FR), Alktantara (PT), Espacio Azala (ES)
Com o apoio financeiro de: DRAC Normandie, Institut français du Portugal and Foundation Gulbenkian

 

Flora Détraz é formada em Ballet e e estuda Literatura. Ingressou no curso no Centre Chorégraphique National Lyon, com Maguy Marin, e posteriormente concluiu os estudos coreográficos no Pepcc, Forum Dança, em Lisboa.Teve oportunidade de encontrar artistas como Marlene Monteiro Freitas, Vera Mantero, Lia Rodrigues, Meredith Monk, Loïc Touzé, Meg Stuart, Jonathan Burrows, Diane Broman, entre outros, que influenciam o seu trabalho. Começou a criar as suas peças em 2013, questionando a relação entre a voz e os movimentos: Peuplements (2013), Gesächt (2014), Tutuguri (2016), Muyte Maker (2018). Como performer, trabalha com os coreógrafos Marlene Monteiro Freitas, Miguel Pereira, Laurent Cebe e Sara Anjo.

Fotografia © Pablo Lopez 

12 OUT | 20H30 | COLISEU PORTO AGEAS

ESPECULAR O QUE ESTÁ ENTRE NÓS 

JORGE GONÇALVES

Um colectivo temporário de três performers investiga como os processos corpóreos e orais são transmitidos através da imaterialidade e do imaginário comum produzidos a partir de várias práticas de dança. A partir de ações de interpretação, adaptação ou contaminação das suas práticas, os performers revisitam e transformam os seus arquivos experienciais em coreografias, ficções ou demonstrações, e convocam o público para um espaço liminar entre a cumplicidade e contemplação.

Direção Artística e Coreografia: Jorge Gonçalves
Performance: Deeogo Oliveira, Filipa Matta e Melissa Sousa
Consultoria Artística: Né Barros
Design Gráfico: Marta Filipe
Fotografia: Miguel Refresco
Vídeo: Miguel Filgueiras
Produção: URDA
Coprodução: balleteatro, ASTA – Festival contraDANÇA e BCN – Ballet Contemporâneo do Norte
Apoio à Residência: Circolando e Academia de Bailado Clássico Pirmin Treku
Projeto financiado por: República Portuguesa - Cultura | Direção-Geral das Artes

Jorge Gonçalves, como independente, trabalha no âmbito das artes performativas como curador, coreógrafo, dramaturgo, produtor, performer e professor. É licenciado em Engenharia (FEUP, 2002), tem o Curso de Dança Contemporânea no Balleteatro Escola Profissional (2005), frequentou Mestrado em Performance Artística – Dança (FMH. 2006) e concluiu o Amsterdam Master of Choreography (AHK, 2014). De 2009 a 2017, co-fundou e dirigiu a estrutura de programação de artes performativas, MEZZANINE. Em 2009, foi o corresponsável artístico e gestor da OOPSA Associação e de 2008 a 2011, cofundou e dirigiu a estrutura de produção Obra Madrasta. Desde 2006 que tem vindo a produzir e a apresentar o seu trabalho artístico em Portugal, Alemanha, Áustria, Espanha e Holanda. Desde 2003, tem trabalhado com diversos coreógrafos como Anna Pehrsson, Daniel Kok, Clara Andermatt, DD Dorvillier, Dinis Machado, Elisabete Finger, Goro Tronsmo, Isabelle Schad, Keith Lim, Litó Walkey, Mathilde Monnier, Né Barros, Rebecka Stillman, Susana Otero, Vera Mantero e Ula Sickle. Tem colaborado com diversas instituições a nível nacional (Balleteatro, Ballet Contemporâneo do Norte, LaB InDança, Asas de Palco, MARTE, Casa da Música) e internacional (HZT e Tanzfabrik Berlin), lecionando regularmente, dirigindo workshops, e trabalhando como mentor de estudantes de artes performativas. É artista associado do balleteatro desde 2021.

Fotografia: © Maria Mendes

12 OUT | 22H00 | PASSOS MANUEL

Concerto/Performance

ANYWHERE ELSE

ANTÓNIO OLAIO 

Uma performance que são várias, como são as canções que se sucedem como num concerto. Personagens que se desdobram, sobretudo em vários lugares.
Num percurso iniciado nos anos 80 onde a vontade de dançar, mesmo que não saindo do mesmo lugar (performance Il fault danser Portugal!, Centro Georges Pompidou, 1984) veio dar lugar às canções.
Performances que resultavam em canções e que o eram mesmo.
Desde então, a minha performance, com algumas excepções, aparece sobretudo diluída no campo da música e dos concertos.
Neste novo projecto Anywhere else crio canções com diferentes músicos, diferentes canções em diferentes colaborações que apresento em performance, juntando a voz à música gravada.
E cada canção uma situação performática.
Assim, finalmente, o percurso de canções regressa, neste projecto, à performance:
Um artista plástico em discurso directo com canções.
O espaço cénico autonomiza-se pelo uso do vídeo, da música, da voz que canta mais do que fala, oferece-se como lugar de contemplação, como se a performance se travestisse de espectáculo como os que se apresentam como tal.

Espectáculo a solo de canções criadas com as colaborações de:
Richard Strange, Victor Torpedo, Vitor Rua, Frederico Nunes, Anselmo Canha, Paulo Furtado, José Valente, Érika Machado, Silvestre Correia, Susana Chiocca, Luís Figueiredo, Ana Deus, Haarvöl, Pedro Tudela e Miguel Carvalhais

Com a participação ao vivo de Susana Chiocca em Where did she go?

 

António Olaio, Lubango, Angola, 1963. Vive em Coimbra.
Pintor e performer. As suas performances no início dos anos 80 levaram-no à música. Pertenceu aos Repórter Estrábico entre 1986 e 1991, tendo editado Uno Dos. Desde 1996, com o músico João Taborda (António Olaio & João Taborda), editou Loud Cloud, Sit on my Soul, Blaupunkt Blues. Simultaneamente iniciou um percurso a solo com a colaboração de músicos como Richard Strange, Victor Torpedo, Vitor Rua, Frederico Nunes, Anselmo Canha, Paulo Furtado, José Valente, Érika Machado, Silvestre Correia, Susana Chiocca, Luís Figueiredo, Ana Deus, Haarvöl, PedroTudela e Miguel Carvalhais, tendo editado o CD Anywhere Else. As suas canções são frequentemente apresentadas nos seus vídeos e exposições. É professor no curso de Arquitectura da Universidade de Coimbra. Concluiu o seu doutoramento em 2000, publicado no seu livro Ser um indivíduo chez Marcel Duchamp. Diretor do Colégio das Artes e investigador no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

Fotografia © Vítor Garcia