17 OUT 18H00 GALERIA A LESTE 240'
Performance duracional
XANA NOVAIS
Fazer justiça pelas próprias mãos dizem as cartas de tarotou os humanos famintos de poder. Fazer justiça pode ser um ato de vingança ou um ato de coragem. Este é um atoefémero. …ao que isto chegou, faz justiça pelo próprio corpo em prol de uma acão contra a mercantilização da arte. Umhappening que se auto financia, que paga a renda, que tem voz, que tem tanto de planeada como de improvisada. Xana é uma prostituta da arte, ao que isto chegou dizem muites, vende o seu corpo como manifestação dos tempos precários que a arte está a passar, que passou e irá passar. Sim. É um ato feminista. Um ato humano, ou humanitário. Xana Novais procura na sua obra uma intersecção entre o público e o privado, partilha em cena a sua intimidade como ato artístico, transforma atos políticos em marcas literais no seu corpo, usando o fetiche, o gore, e o voyerismo como um ato ativista.
NOTA: Na entrada haverá um menu, o público pode participar na performance mediante a disponibilidade da artista. É sugerido ao espectador trazer a sua própria toalha.
CONCEITO, DIREÇÃO, CENOGRAFIA, COREOGRAFIA, LUZ E SOM XANA NOVAIS
FOTOGRAFIA E VIDEO DE CENA RITA SOEIRO
PRODUÇÃO EXECUTIVA TATIANA ROCHA
PATROCINADORES CENTENÁRIA CASA FELISBERTO MÁRMORES, BRB PICHELARIA E CARPINTARIAS LAVANDEIRA
AGRADECIMENTOS ANGELA CARDOSO, VALTER GOMES, REBECA LETRAS, JRCP ARQUITECTOS LIMITADA, FER FER FER, RITA SOEIRO, DIOGO BESSA, RMF LDA
ESTA É UMA PEÇA QUE TEM COMO CONCEITO UMA MANIFESTAÇÃO PERFORMATIVA FEITA POR UMA SÓ ARTISTA.
M18
BIOGRAFIA
XANA NOVAIS, nascida no Porto em 1995, é atriz, bailarina e performer.
Formou-se em Teatro no Balleteatro Escola Profissional em 2013 e fezo curso de dança FAICC na Companhia Instável. Destaca-se como intérprete nos espetáculos O Nome da Rosa de Pedro Zegre Penim (Teatro Municipal do Porto/Teatro Praga, 2015), O céu é apenas um disfarce azul do Inferno de Hugo Calhim Cristovão e Joana Von Mayer Trindade (Festival Cumplicidades, 2015), Despertar da Primavera de Teatro Praga (Teatro Praga/CCVF/Teatro Viriato/TNSJ, 2016), Palhaço rico Fode Palhaço Pobre de João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira (Bienal BoCA/TMP/ São Luiz Teatro Municipal, 2017), M18 da Estrutura (Teatro Municipal do Porto / Casa da Cultura de Ílhavo), Jungle Red de Carlota Canto Lagido ( Festival DDD/ 2018 ), Apollon de Florentina Holzinger (Campo, 2017), A Divine Comedy (Something Great, 2021) e Ofelia’s got Talent de Florentina Holzinger (Volksbunhe, 2022). Em 2019, protagonizou Dolores na série DOLORES de Tota Alves (RTPlay) e ativou as obras CUT PIECE e BAG PIECE em Instruction Pieces de Yoko Ono (Serralves, 2020). Como criadora, desenvolveu os espetáculos (VS) POPCORN, Un Teknè e (G) Dysphoria APP. Criou em 2022 Como Matar Mulheres Nuas ( Março 2022, TMP, Plataforma Internacional de artes performativas, 2023). Em 2023, estreou a peça ELECTRA VAI AO TECHNO (Barreiro, 2023). Xana Novais tem vindo a desenvolver os seus trabalhos que passam por uma coleção de testes mentais e físicos que propõe a si própria, um limbo constante entre a ficção e a realidade com pormenores extremamente autobiográficos.
17 OUT 18H30 MUSEU NACIONAL SOARES DOS REIS 15’
BRUNO SENUNE
Nácar é uma proposta performativa que reflete sobre esquecimento, ficção de memórias. Do árabe naqqára, «tambor», nácar é uma substância dura, irisada, rica em calcário, produzida por alguns moluscos, reveste o interior de diversas conchas e também é libertada como uma reação a um corpo estranho que tenha entrado na membrana epitelial. O corpo estranho causa irritação ao animal que passa a libertar essa secreção isolada para calcificação similar à parte interna da concha, formando uma pérola cujo tamanho varia de acordo com o tempo de resistência ao corpo estranho e das condições climáticas do meio ambiente. Nácar é também a substância que representa os trinta e um anos de um casamento. Desde já há algum tempo que tenho refletido sobre o facto de não ter praticamente nenhum arquivo (fotografias, vídeos, desenhos) sobre a minha infância. Para além dos materiais físicos, as partilhas que me foram transmitidas pelas pessoas próximas com quem cresci são raras e desconexas. Esta ausência de arquivo formou na minha memória um período distante, inventivo e carregado de suposições. A memória é um lugar de energia, armazenamento e evocação, muitas vezes indefinido e construído através da relação de imagens reais com desejos, conflitos e projeções. Este projeto nasce da necessidade de celebração de um espaço e do que este representa para festejar a ironia do que nos é vago e ainda assim tão certo e deslumbrante. Através da construção e desconstrução deste arquivo real e ficcional potencia-se o vigor dos lugares de fragilidade.
CRIAÇÃO E INTERPRETAÇÃO / CREATION AND INTERPRETATION: BRUNO SENUNE
CO-PRODUÇÃO: FAMILY FILM PROJECT
Obrigado a Fátima São Simão, Francisca Lopes, Israel Pimenta (galeria Pedra no Rim), Régis Badel
BIOGRAFIA
Bruno Senune (1992) é natural de Aveiro, Portugal. Iniciou os seus estudos em dança no Balleteatro Escola Profissional (2008-2011). Colaborou como intérprete com vários artistas entre eles Tânia Carvalho, Né Barros, Boris Charmatz, Vera Mantero, Flávio Rodrigues, Miguel Bonneville, Francisco Camacho, Carlota Lagido, Joclécio Azevedo, Mariana Tengner Barros, Victor Hugo Pontes, Joana von Mayer Trindade, Margarida Paiva, Mariana Amorim, Marco da Silva Ferreira. Em 2020 integrou como performer na reativação das Instruction Pieces de Yoko Ono inserido na exposição Yoko Ono: The Learning Garden of Freedom, em Serralves. Desde 2015 que cria os seus projetos autorais apresentando-os em vários contextos: Lonely (2015) em colaboração com Flávio Rodrigues; Malheureux que je Suis (instalação vídeo - 2016); Kid As King (2016), A Deriva dos Olhos (2017), prenúncio de uma profunda melancolia (2019), Vanishing (2024) em colaboração com Beatriz Valentim. Apresentou os seus projetos em Portugal, Espanha, Alemanha, Holanda e México. Em 2016 é bolseiro pelo Centro Nacional de Cultura. Desenvolve projetos de formação no Balleteatro Escola Profissional. É modelo em aulas de figura humana desde 2010. Desde 2020 que desenvolve práticas relacionadas com a agricultura.
17 OUT 18H45 Museu Nacional Soares dos Reis 25’
TERESA NORONHA FEIO
A tale for the rootless é um solo coreográfico desenvolvido e dançado por Teresa Noronha Feio. A obra faz parte de uma investigação que permita à artista de reconstruir e corporizar uma memória, a qual não quer que seja esquecida. Nasce de um desejo de pertença/ fazer parte de, e para tal, foi fundamental compreender no corpo aspectos do seu património cultural, entendido como o património histórico, linguístico e paisagístico. A tale for the rootless pretende ser uma obra mestiça e estratifica assim como são as memórias herdadas. Não representa uma verdade, nem intenciona ser uma documentação histórica, mas sim investigar o sentido da memória, reconhecer e apropriar-se da identidade rizomatosa do seu próprio corpo, como um imenso contentor de história vivida e herdada.
CRIAÇÃO E INTERPRETAÇÃO / CREATION AND INTERPRETATION: TERESA NORONHA FEIO
BIOGRAFIA
Performer e coreógrafa, Teresa forma-se na Holanda em 2010. Colabora com vários coreógrafos, entre os quais destacam-se Vânia Gala, Einat Tuchman e Ornella D’Agostino, pelo impacto que tiveram no amadurecimento e construção da sua prática artística. Como autora, Teresa è co-criadora de Lionel, a bull in a china shop(2016), desenvolve Imma, in memoria di Aisha Kandisha, (2018), graças à Fundação Nacional da Dança - Aterballetto no projecto de residências Bruxelles - Marrakesh e Until my heart stops (2020) a pedido da Casa da Dança Lavanderia a Vapore em 2020 e estreia. O seu trabalho concentra-se nas várias formas e linguagens que a memória contém. Na sua prática, o corpo é central e é assumido como um organismo em constante transformação e devir. Teresa investiga a ideia de um corpo tatuado, entendido como um recipiente marcado por construções estéticas, históricas e sociais. Teresa é cofundadora co colectivo Fabbrica C, com o qual dirige espetáculos, é interprete e acompanha projetos de formação em várias escolas profissionais.
17 OUT 19H15 Museu Nacional Soares dos Reis 15’
Vera Mota
Roer propõe uma reflexão sobre o binário que distingue a matéria orgânica da inorgânica, sobre a distinção subjetiva entre corpos biológicos e geológicos.
Há códigos de linguagem inerentes a esta distinção, que atribuem à matéria qualidades de possessão, propriedade e valor, e por isso a rendem inerte, desgarrada de relações sociais e ecológicas, desprovida de agência. No entanto, embora a matéria possa ser moldada de acordo com a forma que se projeta, a própria forma é determinada pelas qualidades intrínsecas a essa matéria, que se deixa propositadamente falar, invertendo a ordem anterior.
Reclamando outras perspetivas de corpo e materialidades, este projeto pretende encenar processos de transfiguração, desclassificação de funções e transferência entre corpos orgânicos e inorgânicos, geológicos e biológicos, sugerindo um emaranhamento que dissolve qualquer tipo de hierarquia.
CRIAÇÃO E INTERPRETAÇÃO / CREATION AND INTERPRETATION: VERA MOTA
ANO / YEAR: 2023
FOTOGRAFIA / PHOTOGRAPHY: PEDRO TROPA
BIOGRAFIA
Vera Mota (1982) vive e trabalha no Porto. É licenciada em Artes Plásticas – Escultura, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (2000-2005) e Mestre em Práticas artísticas Contemporâneas pela mesma instituição (2006-2008), tendo concluído o curso de Pesquisa e Criação Coreográfica no Fórum Dança, Lisboa (2005-2006).
Com apresentações públicas regulares desde 2003, destacam-se entre as exposições individuais mais recentes, Haze, Appleton Square, Lisboa, 2023; SEM CORPO/DISEMBODIED, Museu e Arte Contemporânea de Serralves,; From within the midst of things, L21 Gallery, Palma (ES), 2022; Ventriloquismo, Galeria Bruno Múrias, Lisboa, 2021; Levar a cabeça aos pés, Galeria Pedro Cera, Lisboa, 2018. Destaca-se ainda a apresentação da performance Curva Contínua no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto; Head, EVA international Ireland’s Biennial, Limerick (IE), 2018; What is the color when black is burned?, SESC Belenzinho, São Paulo, (BR), 2014.
A sua obra está representada na Coleção de arte contemporânea do estado Português; Coleção António Cachola - MACE, Elvas; Coleção Ilídio Pinho, Porto; Centro de Arte Oliva - Coleção Norlinda e José Lima, São João da Madeira; Coleção PLMJ, Lisboa e Coleção Maria e Armando Cabral