PSYCHO 60/98
BLANCA REGO
Psycho (1960) de Alfred Hitchcock e Psycho (1998) de Gus Van Sant colidem numa edição frame-by frame que ataca os olhos e assassina a consciência normativa do espectador. As imagens parecem penetrar em nós, como se fossem uma faca ou uma entidade fantasmagórica ameaçadora. A rápida sucessão de fotogramas únicos e arquivos de áudio extremamente curtos produzem imagens posteriores e pós-som — fenómenos entópticos e endaural — criando um filme que não acontece na tela, mas nas nossas células nervosas.
Cineasta e produtora de noise, também conhecida por_blank. Estudou cinema, animação e arte digital. Atualmente, trabalha a relação entre imagem e som, com influências tanto do cinema experimental, como da música eletrónica. As suas obras foram exibidas em diversos centros de arte e festivais, incluindo o The Exploratorium (São Francisco), ZKM (Karlsruhe), Barbican Centre (Londres,) e o Museu Reina Sofía (Madrid). Também trabalha como escritora e tradutora para revistas e organizações culturais. Faz a curadoria de exibições de filmes para festivais internacionais como Curtocircuíto, e também organiza palestras sobre cinema experimental e arte multimédia.