SENHORA APARECIDA
CATARINA ALVES COSTA
No lugar de Aparecida, zona industrial no Norte de Portugal, a festa anual que tem lugar no dia 15 de Agosto está a ser preparada. Os andores são decorados e os caixões em que serão, de acordo com uma tradição secular, deitados os penitentes já estão preparados. O novo padre, no entanto, quer terminar com a tradição das promessas de fazer os “enterros”. O conflito é inevitável. Este é um filme que conta a história dos pagadores de promessas à Senhora Aparecida, dos seus anseios e das suas histórias pessoais, refletindo sobre a religiosidade tradicional e a religiosidade oficial, a tradição e a modernidade.
Catarina Alves Costa é realizadora e antropóloga. Realizou, entre outros filmes, Margot (2022), Viagem aos Makonde (2020) Pedra e Cal (2016) Falamos de António Campos (2010) Nacional 206 (2009) O Arquiteto e a Cidade Velha (2004) Mais Alma (2000), Swagatam (1998) Senhora Aparecida (1994) e recentemente compartilhou a realização de Um Ramadão em Lisboa (2019). Formada em Antropologia Social, fez o Mestrado no Granada Centre for Visual Anthropology da Universidade de Manchester, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e o Doutoramento na Universidade Nova de Lisboa com a tese Camponeses do Cinema. Representações da Cultura Popular no Cinema Português. Em 2000 fundou, com Catarina Mourão, a produtora Laranja Azul onde produziu filmes de Daniel Blaufuks, Sílvia Firmino e João Ribeiro, entre outros. É Professora Auxiliar da Universidade Nova de Lisboa e Coordenadora do Mestrado em Antropologia – Culturas Visuais e do Laboratório Audiovisual, Pólo FCSH do Centro em Rede em Antropologia / CRIA. Organizou para a Cinemateca / Museu do Cinema os Arquivos Etnográficos de Margot Dias filmados em Moçambique e Angola entre 1958 e 1961. Ensina também nos mestrados e doutoramentos da Universidade de São Paulo, no Brasil, e na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Barcelona. Recebeu entre outros, o Prémio Melhor Documentário do Festival de Filme Etnográfico de Recife (2019), Prémio da Crítica nos Caminhos do Cinema Português (2009), Prémio Planéte no Bilan du Film Ethnographique (1999), o Prémio de Excelência da Society for Visual Anthropology American Anthropological Association Film Festival, EUA e o 1.º Prémio do Festival VII Rassegna Internazionale di Documentari Etnografici (1996).