Silvia parece deslumbrante nas filmagens antigas em VHS do seu casamento no início dos anos 1980 - ela é uma mulher bonita prestes a embarcar num futuro promissor com um marido diplomata e uma casa confortável. Os vídeos caseiros mostram mais destaques da sua vida: o seu primeiro aniversário de casamento, o crescimento das suas filhas e a festa de despedida na embaixada. No entanto, o comentário em áudio oferece uma realidade muito diferente. A realizadora do filme, María Silvia Esteve, é a filha do meio de Silvia, e ela e os seus irmãos falam sobre a descida gradual dos pais até uma espiral de confrontos furiosos, problemas psicológicos e medicamentos. Ao relatar os eventos das suas infâncias, eles tentam entender o que correu mal na sua família. E perguntam-se por que é que a sua mãe, com quem tiveram um relacionamento muito próximo, nunca conseguiu melhorar a situação ou deixar o pai. Neste filme, Esteve utiliza imagens em VHS, combinando-as com citações, excertos do filme favorito da mãe e música clássica para construir uma crónica poética sobre a memória, a impotência e o manter das aparências.

biografia

María Silvia Esteve é uma cineasta argentina, nascida na Guatemala, que estudou e ensinou cinema na Universidade de Buenos Aires. A sua longa-metragem de estreia, Silvia, foi seleccionada para o BAL, o DocMontevideo Rough Cut Lab, ganhou o Postproduction Coral Award no Habana Film Festival e o prémio de Melhor Projecto em laboratórios como o DocLisboa Arché. O filme teve sua estreia mundial na First Appearance Competition do IDFA, venceu o Artistic Vision Award na competição Depth of Field do Docaviv e participou de inúmeros festivais de cinema. Selecionada para a Bienal de Arte Jovem de Buenos Aires, a realizadora participou na IDFAcademy e na IDFA Summer School com Mailin, o seu novo projeto em desenvolvimento.

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