Sob céus estranhos

Daniel Blaufuks

2002 Portugal EXP 57 '

Durante a Segunda Guerra Mundial, Lisboa foi um corredor de passagem para os refugiados vindos dos territórios ocupados por Hitler e dirigindo-se à América. Este filme relata duas histórias paralelas sobre exílio e integração. Através de uma memória narrada e fotografias, é contada a saga de uma família judia alemã que decidiu ficar em Portugal. A história maior e mais sociológica, sobre os outros que usaram Lisboa como rota de fuga, é relatada igualmente através de filmes de época e as memorias escritas de alguns dos intelectuais mais importantes da época, incluindo Heinrich Mann e Alfred Döblin. Este filme evoca um tempo desesperado e intensamente romântico, de exílio, de falta de esperança e, em última instância, de liberdade.

biografia

Daniel Blaufuks tem trabalhado na relação entre fotografia e literatura, através de obras como My Tangier com o escritor Paul Bowles. Mais recentemente, Collected Short Stories apresentou vários diptícos fotográficos numa espécie de "prosa de instantâneos", um discurso baseado em fragmentos visuais que insinuam histórias privadas a caminho de se tornarem públicas. A relação entre o público e o privado, a memória individual e a memória colectiva tem sido, aliás, uma das constantes interrogações no seu trabalho. Utiliza principalmente a fotografia e o vídeo, apresentando o resultado através de livros, instalações e filmes. O seu documentário Sob Céus Estranhos foi apresentado no Lincoln Center em Nova Iorque. Algumas das suas exposições foram apresentadas no Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Palazzo delle Papesse (Siena), LisboaPhoto, Centro Cultural de Belém (Lisboa), Elga Wimmer Gallery (New York) e Photoespaña (Madrid), onde o seu livro Sob Céus Estranhos recebeu o prémio de melhor edição internacional do ano de 2007. Neste ano foi galardoado igualmente com o prémio BES Photo. O seu livro Terezín foi publicado pela editora Steidl, Göttingen. Em 2011 expõs no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e, já em 2014, no Museu Nacional de Arte Contemporânea em Lisboa. Em 2017 ganhou o Prémio AICA-MC Artes Visuais 2016, atribuído pelas exposições Léxico, realizada na Bienal de Vila Franca de Xira, e Tentativa de Esgotamento, realizada na Galeria Vera Cortês, em Lisboa. Tem um doutoramento pela Universidade de Wales. Mais informações em www.danielblaufuks.com

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