THE INVISIBLE BREATH OF CINEMA
LUCIANO BARISONE
Este não é exatamente uma palestra, mas sim um discurso livre, um convite para uma viagem cinematográfica. Esta jornada começa com uma pergunta: qual é o objetivo de alguém que quer fazer um filme? Na minha opinião, não é a necessidade de transmitir uma informação. Para mim, o cinema tem um propósito diferente, semelhante ao da arte e da poesia - deve evocar, criar emoções, levantar questões. Nesse sentido, o desejo de construir uma "imagem" refere-se à possibilidade de filmar o visível para capturar o invisível. Ou seja, filmar o homem para se referir à humanidade, filmar o corpo para perceber a alma. No final, trata-se de filmar o "invisível". E o que é mais invisível do que o sopro, que rege a essência da vida, não apenas na Terra, mas em todo o Universo? Os filmes são feitos de luz e som, e tentam reproduzir a vida. E para reproduzir a vida, precisam capturar o sopro do mundo. O sopro é um sinal de vida. Mas o sopro não é o mesmo para todos. Da mesma forma, cada filme deve encontrar o seu próprio sopro, misturando o sopro da vida real, capturado pela câmara e pelos microfones, com o sopro de quem está a filmar essa realidade. Assim, um filme está vivo se respirar com o seu próprio sopro. Nesta jornada, veremos diferentes sopros e diferentes formas de tentar filmar o "invisível"...
Luciano Barisone é um jornalista italiano e crítico de cinema. Formou-se em Literatura e Etnologia. Colaborador dos festivais de Veneza e Locarno (1997-2010). Diretor do Infinity - Festival internacional de Cinema de Alba (2002-2007), do Festival dei Popoli em Florença (2008-2010) e do Visions du Réel em Nyon, Suíça (2011-2017). Atualmente, é produtor artístico, consultor internacional e analista de novos projetos cinematográficos. Entre 1997 e 2023 foi membro do júri em mais de trinta festivais internacionais de cinema.