THE TRUTH IN LES ANNÉES SUPER 8
DAVID ERNAUX-BRIOT
A realização de Les Années Super 8 envolveu, em última análise, a montagem de um texto escrito e lido pela escritora Annie Ernaux, a minha mãe, e os filmes Super 8 filmados pelo meu pai, o seu falecido ex-marido. Mas ao longo das oito semanas de edição de imagens, deixando de lado a questão da narrativa, foi a relação entre imagens e narrativa que veio ao de cima. Prova, símbolo, discurso alternativo ou encarnação das palavras: qual é a relação entre as imagens e a narrativa do escritor? Os documentários prometem ao espectador a verdade e nada mais do que a verdade. A autobiografia não promete outra coisa ao seu leitor. Como é que estas duas promessas se manifestam em Les Années Super 8? Que papel desempenham a música e os efeitos sonoros na concretização da construção de um discurso sincero? Como é que a montagem, apoiada pela narrativa de Annie Ernaux, inscreve a intimidade de uma vida na profundidade social e política dos anos 70?
David Ernaux-Briot, filho de Annie e Philippe Ernaux, nasceu em 1968. Cresceu em Annecy e, mais tarde, em Cergy-Pontoise. Depois de estudar ciências, decidiu dedicar-se ao jornalismo científico e colaborou em programas televisivos especializados, como E=M6 e C’est pas Sorcier. Escreveu e realizou as mini-séries Théâtre des Machines, Corpus, Art et Sport para as plataformas Universcience e CANOPE. The Super 8 Years é o seu primeiro documentário de longa-metragem.