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SUMÁRIO 2023

FAMILY FILM PROJECT 2023

12th Archive, Memory and Ethnography International Film Festival

17 to 21 october | Porto, Portugal

 

Batalha Centro de Cinema

Museu Nacional Soares dos Reis, Editoria, Casa Comum, A Leste

 

O Family Film project retorna ao Porto para a sua 12ª edição, de 17 a 21 de outubro de 2023, no Batalha Centro de Cinema, com um programa dedicado ao experimentalismo cinematográfico e ao questionamento ético-estético das imagens, sempre com especial enfoque nos espaços da intimidade e no cinema que aí se faz a partir de dentro.

A secção competitiva do festival mantém a sua matriz habitual, com a organização das diversas sessões por duas áreas temáticas abrangentes: “Vidas e Lugares” (com enfoque na abordagem estética a quotidianos, habitats e biografias) e “Memória e Arquivo” (dedicada à temporalidade e à apropriação poética de testemunhos e de found footage). Haverá também espaço para duas sessões competitivas de ficção, uma das quais dedicada a curtas-metragens portuguesas. Ao todo, a secção competitiva do festival reúne vinte e dois filmes de dezasseis nacionalidades, incluindo cinco filmes de produção nacional.

A edição deste ano do festival dedica o seu foco principal à obra de Naomi Kawase, realizadora japonesa várias vezes premiada em Cannes e figura incontornável do cinema mundial contemporâneo. Tal como já tem sido hábito neste festival, o foco incidirá sobretudo sobre uma fase mais seminal e pessoal da sua carreira, com a exibição de um total de nove filmes realizados entre 1992 e 2012, enquadrados na parcela documental ou cine-diarística da sua obra, todos eles ambientados no meio familiar – a relação afetiva com a tia-avó, a figura do pai ausente que a abandonou em criança, o nascimento do filho –, mas também filmes caraterizados pela autorrepresentação e pela busca do sentido e da identidade, incluindo a sua própria identidade artística enquanto cineasta. Naomi Kawase virá ao Porto para apresentar a seleção de filmes e também fará uma masterclass sobre o seu trabalho, acompanhada pelo crítico de cinema e programador italiano Luciano Barisone, especialista na sua obra. A exibição dos filmes será organizada em quatro sessões: uma primeira sessão dedicada à chamada “trilogia da avó”, com os filmes Katatsumori [1994], Ten, mitake (See the Heaven) [1995] e Hi wa katabuki (Sun on the Horizon) [1996]; uma segunda sessão com os filmes Embracing [1992] e Kya Ka Ra Ba A (Sky, Wind, Fire, Water, Earth) [2001], ambos relacionados com a temática do pai ausente; uma terceira sessão com três filmes posteriores que prosseguem os mesmos temas familiares, incidindo sobre o abandono, a morte e o nascimento: Shadow [2004], Tarachime (Birth/Mother) [2006] e Chiri (Trace) [2012]; e, por fim, a sessão de encerramento do festival, onde será exibida a longa-metragem Genpin [2010], que aprofunda o tema da interdependência entre a vida e a morte. 

Além do foco principal e da secção competitiva, o festival incluirá também na sua programação masterclasses, eventos e exibições de cinema experimental, com destaque para a conversa com o realizador francês David Ernaux-Briot, que estará presente para falar sobre o filme Les Années Super 8 [2022], correalizado por si e pela sua mãe, Annie Ernaux, vencedora do Prémio Nobel da Literatura em 2022. O filme, que será exibido fora de competição, foi construído a partir do arquivo familiar, cruzando-se com os temas explorados na obra literária de Annie Ernaux, que também dá voz à narração do filme.

Esta edição é também marcada pelo retorno de alguns artistas e cineastas que já integraram a programação do festival em edições anteriores: o artista e curador norte-americano Peter Freund fará uma masterclass intitulada “Appropriation: the productive failure to re-enact”, no âmbito da qual também serão exibidos alguns dos seus filmes. Contamos também com uma masterclass pelo artista multidisciplinar Fernando José Pereira, que incluirá a exibição do seu filme O Aterro [2023], a propósito da temática do tempo e da duração no cinema. E ainda a masterclass “Entre Linhas”, pela artista e realizadora Luciana Fina, dedicada ao seu projeto Andrómeda, no âmbito do qual será exibido um documentário experimental na primeira noite do festival, além da inauguração prévia de uma exposição também enquadrada na programação.

No habitual ciclo de performances Private Collection, contamos este ano com as propostas de Xana Novais, Bruno Senune, Teresa Noronha Feio e Vera Mota (performances que terão lugar na Galeria A Leste e no Museu Nacional Soares dos Reis). 

As crianças e jovens continuam também a contar com o workshop “Entre Imagens”, dirigido por Tânia Dinis, cineasta e artista que tem estado presente de diversas formas no festival. Este ano, além do workshop infantil, a Tânia Dinis fará uma participação adicional em parceria com Ricardo Leite: um projeto comunitário filmado em super8 cujo resultado será exibido na Casa Comum, marcando o arranque da semana do festival.

Ainda no âmbito da programação, será também lançado o novo livro intitulado “Aesthetic Authenticity in Cinema”, editado com o apoio do Instituto de filosofia da Universidade do Porto, que contará com textos originais de uma dezena de autores nacionais e internacionais aos quais foi dirigido o convite para refletirem sobre o conceito de autenticidade no contexto do cinema, conceito que parece hoje mais fragilizado do que nunca, sobretudo num ano marcado pela massificação do uso da inteligência artificial para a produção de discursos “sintéticos”, não apenas textuais, mas também audiovisuais. O lançamento incluirá uma mesa-redonda com a presença de alguns dos autores que integram o livro, para uma discussão informal aberta à participação do público. 

Uma menção aos parceiros habituais que têm apoiado e reforçado a programação do festival de diferentes formas, em particular o Balleteatro, o Instituto de Filosofia da Universidade do Porto e a Escola Superior de Media, Artes e Design (P. Porto). Um agradecimento também aos patrocinadores oficiais das premiações do festival: o Mercado Bom Sucesso (Grande Prémio do Júri), a Lightbox (Prémio Memória e Arquivo) e a PROF (Prémio Vidas e Lugares).
 

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