15 OUT | COLISEU PORTO AGEAS | MAUS HÁBITOS
Neste ciclo de performances associado ao festival Family Film Project, os artistas são desafiados a explorar performativamente a partir de materiais de arquivo, pessoais ou não, ou de problematizações da memória. O objeto principal é apresentar propostas performativas nas suas valências expandidas (interdisciplinares, deslocações espaciais, deslocações temáticas). Ao mesmo tempo que se problematizam intimidades e familiaridades, projetam-se possibilidades criativas que atravessam disciplinas e fronteiras, reforçando, dentro do evento-festival, a linha fina entre o real e o performativo.
19H00 | Coliseu Porto Ageas
por Cesário Alves
Diaporama proporciona uma viagem no tempo através de diapositivos de 35 mm encontrados em diversas partes do mundo, revelando fotografias pessoais de autores desconhecidos, que se misturam com desperdícios da projeção de filmes em película e gravações áudio em fita magnética da era analógica.
As projeções de imagens do Diaporama, tal como a criação sonora que as acompanha, tiram partido da arquitetura da sala onde são instaladas e são por isso site specific e time specific, refletindo também o local e o tempo em que trabalhamos.
Documentamos o nosso trabalho numa cassete áudio porque nos permite materializar e transportar sons e imagens num suporte que se afirma como uma resistência à digitalização e à imediatez.
A gravação de som em fita magnética é um meio de difusão de áudio que nunca se extinguiu, apesar de ser esmagado por tantos outros formatos digitais e de certa forma declarado obsoleto, como os diapositivos de 35 mm que servem a parte visual do “Diaporama”.
Este trabalho deixa uma questão latente: Quando morrermos para que servem os arquivos pessoais que acumulamos?
Conceção e operação de imagem: Cesário Alves
Atmosfera sonora: Miguel Pipa, Mariana Sardon, Helder Luis
Supervisão técnica: Helder Luís
Apoios: UNIMAD, Centro de investigação da ESMAD - Escola Superior de Media Artes e Design
As fotografias originais que são o objeto deste trabalho foram adquiridas ou encontradas em vários países, sem qualquer informação associada sobre a sua origem, autoria ou identificação das pessoas representadas. Supomos que essas pessoas já desapareceram, mas se não for esse o caso e alguém conseguir identificar ou provar uma relação com elas, fazemos questão de os identificar, respeitando a autoria ou devolver-lhes os originais.
Cesário Alves
Cesário Alves concluiu doutoramento em 2018 no College of Arts Humanities and Education da University of Derby, no Reino Unido, onde desenvolveu investigação no campo da fotografia vernacular e as suas apropriações na arte contemporânea. Leciona fotografia nos cursos da Escola Superior de Media, Artes e Design (Politécnico do Porto), em Vila do conde.
Miguel Pipa
Movimenta-se entre as artes plásticas e a sound-art. Interessa-se em particular pela construção e modificação de instrumentos eletro-acústicos que utiliza em performance ou instalação. Desenvolve colaborações com outros artistas em áreas próximas do teatro, música, dança e performance. Investiga e pratica formas de tatuagem primitivas (hand poke).
Mariana Sardon
Após formação em Multimédia, Música Interativa e Sound Design, tem-se dedicado à exploração e construção de peças sonoras e visuais, para apresentação em contextos de performance ou de instalação.
Helder Luís
Estudou design gráfico e tipografia, áreas em que trabalha profissionalmente com regularidade desde 1996. Desenvolveu trabalho como artista multimédia e músico, quer individualmente, quer em colaboração com outros artistas. Atualmente estuda e desenvolve ensaios de fotografia e cinema documental.
20H30 | Coliseu Porto Ageas
Jantar-Performance
por Rebecca Moradalizadeh
LandMarks #5 – the delay or vicious cycle apresenta-se como um ensaio performativo pensado no âmbito do projeto em série LandMarks, iniciado em 2015. Este projeto reflete um conjunto de questões de índole pessoal e biográfica referentes à descendência iraniana, associadas a identidade, território, memória, arquivo, viagem e família tendo como recursos principais de expressão as artes visuais, a performance art e a gastronomia.
Rebecca Moradalizadeh
Rebecca Moradalizadeh, (n. 1989, Londres) de origem luso-iraniana, artista plástica, vive e trabalha no Porto. É Mestre (2017) em Estudos Artísticos - Estudos Museológicos e Curadoriais pela FBAUP - Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e Licenciada (2011) em Artes Plásticas - ramo de multimédia, pela mesma instituição. Desde 2010 desenvolve um percurso artístico nas artes plásticas, apresentando o seu trabalho em exposições/apresentações individuais e colectivas em Portugal, Sheffield e Berlim. Participou em diversas residências artísticas, workshops e cursos onde colaborou com diversos artistas. As áreas que explora são a performance, videoarte, fotografia, soundart e desenho sobre a forma de instalação, tendo como foco principal o uso do corpo físico e psicológico do Ser Humano e as suas repercussões no contexto social e político.
22H00 | Praça dos Poveiros (início da performance) + Maus Hábitos
por Beatriz Albuquerque
Recordar e relembrar as lições da memória acerca da revolução são a base da performance rEVOLUÇÃO de Beatriz Albuquerque. Para recordar eventos, factos e processos, ela consolida a memória do passado com o presente. Este processo de formação de memórias envolve codificações, armazenamento, retenção e posterior recordação de informações e de experiências passadas, cujos desenvolvimentos são finalizados com esta performance. Beatriz Albuquerque leva mais longe as suas experiências criando a capacidade de usar experiências passadas, para determinar o caminho futuro.
Beatriz Albuquerque
Beatriz Albuquerque vive e trabalha entre o Porto e Nova Iorque. Licenciada na Faculdade de Belas-Artes do Porto, segue para os EUA onde conclui o mestrado na The School of the Art Institute of Chicago e o doutoramento na Columbia University, Nova Iorque, com o apoio das bolsas Fulbright e FCT. Foi distinguida com o Prémio Myers Art Prize: Cross Media Art, Columbia University, Nova Iorque; o Prémio Revelação pela 17ª Bienal de Cerveira, Vila Nova de Cerveira assim como o Prémio Ambient Series, PAC/Edge Performance Festival, Chicago. A sua obra é conhecida pela interdisciplinaridade dos media a que recorre, entre eles, fotografia, instalação e sobretudo performance.Tem vindo a realizar várias exposições individuais e colectivas, a nível nacional e internacional.
22H45 | Maus Hábitos
por Mara Andrade
Porque é aqui e agora que tudo acontece.
É entre nós. De mim para ti e de ti para mim.
Somos corpos presentes, ocupadores de espaço e palavra.
Sobreviventes. Para sempre.
A Morte do Artista é um Ato em progresso, um excerto de “Aqui e Agora”.
Serão intimamente oferecidos uma história, uma dança, uma canção e um chá
Mara Andrade
Mara Andrade, 1987. Entre Medicina, Dança e Performance, inspira-se na fisicalidade de estados emocionais e como se transformam uns nos outros. Criou Uma Pequena Morte e Psicanálise em 2012. Em 2013, com Oxitocina, representou Portugal na VI Bienal de Jovens Criadores em Salvador da Bahia e cocriou Por minha Culpa minha tão grande culpa com Marco da Silva Ferreira. Entre 2014 e 2015 criou o solo Um Triste Ensaio sobre a Beleza que estreou em 2015 no Teatro Campo Alegre, Porto. Em Abril de 2018, com The Lonely Tasks, iniciou uma projeto de performance onde pretende experimentar e documentar a utilidade performativa do seu corpo.
23H15 | Maus Hábitos
por Aurora Pinho
NYMPHOMANIAC onde os genitais não param de gritar pelos bosques e os gritos ecoam a sede que move montanhas.
NYMPHOMANIAC que devora o dragão no orgasmo, embate, acende o caralho e levanta o sexo ao ar.
NYMPHOMANIAC que através do perfume dos signos, num dia apenas molha os pés e no outro dia, quase sem aviso a água já chega ao pescoço.
Aurora Pinho
Aurora Pinho é uma artista e música.
Desenvolveu Utero, Heteroptera, Aurora de Areia e Rave in a Cave.
Trabalhou com vários artistas, salientando Teatro Praga, João Pedro Vale, Filipe Sambado, Vaiapraia, António Onio, Cyril Viallon, Odete, Né Barros, Marco da Silva Ferreira, Moullinex, Joclécio Azevedo entre outros.
Em 2013 concluiu o curso de Dança Contemporânea no Balleteatro.
Em paralelo trabalha como modelo.