14 OUT | FBAUP | PASSOS MANUEL
Entrada livre | Lotação Limitada
Neste ciclo de performances associado ao festival Family Film Project, os artistas são desafiados a explorar performativamente a partir de materiais de arquivo, pessoais ou não, ou de problematizações da memória. O objeto principal é apresentar propostas performativas nas suas valências expandidas (interdisciplinares, deslocações espaciais, deslocações temáticas). Ao mesmo tempo que se problematizam intimidades e familiaridades, projetam-se possibilidades criativas que atravessam disciplinas e fronteiras, reforçando, dentro do evento-festival, a linha fina entre o real e o performativo.
18H30 – MUSEU FBAUP – 60’
FLÁVIO RODRIGUES
Um círculo desenhado no chão, com tijolos. O performer destrói, paulatinamente, várias novas e outras possíveis construções, onde partículas pairam em continua mudança. Os olhos cerrados anotam a memória e o arquivo. É tempo de devir, o agora.
Flávio Rodrigues nasceu em Vila Nova de Gaia (Mafamude, 1984). Atualmente reside no Porto (Portugal). Desde 2006 que desenvolve os seus próprios projetos de criação artística, interdisciplinares e de carácter experimental, referenciando-os como partes integrantes de uma construção paulatina autobiográfica.
O desenho, performance, criação/manipulação de objetos, som, movimento e a escultura são alguns dos mediums a que recorre, objectivando induzir o corpo/obra em erro/camuflagem/estados abstractos e poéticos, como também explorar plasticidades de natureza bruta, orgânica e/ou crua, maioritariamente provenientes de processos de recolha/respigação. A caminhada tem emergido como meritória base processual.
TÂNIA DINIS
O álbum fotográfico é também testemunha e um depositário de histórias e memórias de uma família e tem, igualmente, características e qualidades físicas como as fotografias. No álbum fotográfico, quase sempre, existe uma organização das fotografias, uma sequência, umas mais criativas do que outras, criando autobiografias e narrativas de uma vida familiar, preservando as memórias que lá habitam e as que já não habitam, os espaços vazios, as que se perderam ao longo dos anos, mas dando-lhes também a possibilidade de se multiplicarem. Álbuns da Terra II é usado aqui como suporte de memória e transformação, implementando colagens de imagens em movimento e fragmentos sonoros, num exercício de confrontação da imagem e/com o som.
Criação, objetos, pesquisa: Tânia Dinis
Texto: Pedro Bastos
Apoio à criação: Tales Frey, Jorge Quintela
Apoio à produção: Associação Cultural - Tenda de Saias
Coprodução: A Oficina
Tânia Dinis, 1983. Mestrado em Práticas Artísticas Contemporâneas na FBAUP, 2015. O seu trabalho atravessa diversas perspetivas e campos artísticos: da fotografia, da performance, do cinema e o da estética relacional, partindo de imagens de arquivo de família, pessoais ou anónimas, recorrendo também a outros registos de imagem real, numa relação tempo-imagem-memória. Em 2013, realizou a primeira curta-metragem, Não são favas, são feijocas, premiada em vários festivais de cinema. Realizou também Arco da Velha (2015), Laura (2017) e Armindo e a Câmara Escura (2018). O seu trabalho tem sido, também, apresentado em exposições e performances.
21H30 – PASSOS MANUEL – 50’
ALEXANDRE SOARES
com Angélica Salvi (Harpa)
Krake (Percussão)
A convite do Family Film Project, Alexandre Soares apresenta um concerto composto por temas musicais que refletem de alguma forma a carreira do músico e compositor. O concerto mistura músicas de arquivo com temas inéditos. Desde as colaborações com a coreógrafa Né Barros, para quem entre 1999-2017 compôs música para catorze espetáculos, até ao arquivo dos sons nunca partilhados, passando por composições do domínio mais experimental, o programa constitui-se como um momento privilegiado para ouvir e relembrar um artista com um trabalho singular.
Cofundador do grupo GNR como compositor e guitarrista, iniciou a carreira discográfica em 1980. Em 1988 edita o seu único álbum a solo, Projecto Global. Em 1990 foi responsável pela composição musical para a peça Coração na boca de Sam Shepard. Em 1993, colaborou no projeto Zero, com o qual gravou o álbum de apresentação. Na exposição La Imagen Frágil da Fundacion La Caixa Barcelona, produziu uma intervenção sonora na instalação Señor Estupor de Javier Dias. Foi também em 1993 que teve a primeira ligação ao grupo Três Tristes Tigres no disco Partes Sensíveis, e na coletânea de temas de António Variações com Anjinho da Guarda. Da integração nos Três Tristes Tigres resultaram os álbuns Guia Espiritual, Comum e Miníma Luz. Foi considerado compositor português do ano de 1998 pelo Jornal Público. Compôs a música para o filme Sapatos Pretos de João Canijo. Foi convidado pelo Teatro Nacional S. João para compor a música original de Buenas Noches, Mi Amor um dispositivo vídeo-musical com textos de Al Berto lidos por João Reis, a levar a cena em Fevereiro de 1999. Levou aos palcos do CCB e Rivoli, com os Três Tristes Tigres, o espetáculo Ferida Consentida, baseado no livro Um beijo dado mais tarde, de Maria Gabriela Llansol. Desde 1999, colabora com a coreógrafa Né Barros, para quem compôs as músicas para Vooum, No Fly Zone, exo, Vaga, Dia Maior, Segundo Plano, Free Sheet, Story Case, A Praça, Estrangeiros, Landing, Sol Subterrâneo, Citânia. Citânia e Muros.