CATARINA ALVES COSTA: A MULHER DA CÂMARA DE FILMAR
Humberto Martins
Sobre Catarina Alves Costa já escrevi, em tempos, que foi decisiva na inauguração de uma nova fase do cinema documental em Portugal. Passados mais alguns anos, o ‘seu’ amor ao documentário permanece igual, numa busca incessante por conhecer com a câmara de filmar, justamente porque a realidade é inesgotável para os seus objetos de desejo fílmico. Nesta conversa voltaremos aos seus filmes, falando do passado, do presente e do futuro, de antropologia, do conhecer com a câmara de filmar, do potencial revelador deste meio, do modo como as pessoas e a realidade podem ser conhecidas de formas diversas. Do muito que ainda há por fazer para que a antropologia visual ganhe espaço de reconhecimento em Portugal, e dos caminhos trilhados pelo documentário e os/as documentaristas nos últimos trinta anos.
Humberto Martins é antropólogo. Atual diretor da revista Etnográfica, professor auxiliar na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e investigador do Centro em Rede de Investigação em Antropologia. Com formação em antropologia visual, tendo concluído o doutoramento em Antropologia Social com uso de Meio Visuais (Manchester, 2005), há muito que vê, faz, programa, participa em júris de festivais e mostras de filme etnográfico, assim como tem escrito, publicado e ensinado nesta área. Recentemente organizou e editou em conjunto com Catarina Alves Costa o dossier temático na revista Aniki, “Olhar para Trás: Histórias enredadas do cinema e da antropologia” (2022, v. 9 n. 2 (2022): Cinema e antropologia).